sexta-feira, 19 de novembro de 2021

Câncer de Tireoide


 

                                                               






















O câncer da tireoide é o mais comum da região da cabeça e pescoço e afeta três vezes mais as mulheres do que os homens.  Pela mais recente estimativa brasileira (2018), é o quinto tumor mais frequente em mulheres nas regiões Sudeste e Nordeste (sem considerar o câncer de pele não-melanoma).

Os carcinomas diferenciados são os tipos mais frequentes. Dentre eles estão o papilífero (entre 50% e 80% dos casos), o folicular (de 15% a 20% dos casos) e o de células de Hürthle. Existem ainda os carcinomas pouco diferenciados (cerca de 10% dos casos) e os indiferenciados (também cerca de 10%).

Estatísticas

Estimativas de novos casos: 13.780, 1.830 sendo homens e 11.950 mulheres (2020 - INCA).

 Número de mortes: 869, sendo 298 homens e 571 mulheres (2019 - Atlas de Mortalidade por Câncer - SIM). 

O que aumenta o risco?

História de irradiação (ter sido submetido à radioterapia) do pescoço, mesmo em baixas doses

História familiar de câncer da tireoide

Associação com dietas pobres em iodo

Como prevenir?

Manter o peso corporal adequado.

Sinais e sintomas

A presença de um nódulo na tireoide, glândula localizada na região anterior baixa do pescoço, normalmente não é indicação de câncer. Entretanto, a ocorrência de nódulo tireoidiano em pacientes com história de irradiação prévia do pescoço (que já foram submetidos à radioterapia) ou história familiar de câncer da tireoide é considerado suspeito.

Nódulos tireoideanos que apresentam crescimento rápido também são mais suspeitos de serem malignos.

Nódulo tireoidiano, associado à linfonodomegalia cervical (gânglios linfáticos aumentados no pescoço) e/ou à rouquidão, pode ser indicação de um tumor maligno.

Em alguns casos mais avançados, além da rouquidão, sintomas compressivos e até mesmo sensação de falta de ar e dificuldade em engolir alimentos podem ser sintomas sugestivos de malignidade diante de uma massa localizada na tireoide.

Detecção precoce

A detecção precoce do câncer é uma estratégia para encontrar o tumor numa fase inicial e, assim, possibilitar maior chance de tratamento.

A detecção pode ser feita por meio da investigação com exames clínicos, laboratoriais ou radiológicos, de pessoas com sinais e sintomas sugestivos da doença (diagnóstico precoce), ou com exames periódicos em pessoas sem sinais ou sintomas (rastreamento), mas pertencentes a grupos com maior chance de ter a doença.

Não há evidência científica de que o rastreamento do câncer de tireoide traga mais benefícios do que riscos e, portanto, até o momento, ele não é recomendado.

Já o diagnóstico precoce desse tipo de câncer possibilita melhores resultados em seu tratamento e deve ser buscado, principalmente, com a investigação de algum nódulo inexplicado na tireoide. A conduta diante dos nódulos tireoideanos está bem estabelecida e vai levar em consideração a idade, o sexo, a apresentação do nódulo e sua evolução, a realização da ultrassonografia e do exame de sangue. Com essas informações, é avaliada a necessidade ou não da realização de punção aspirativa do nódulo para melhor definição de suspeita.

Na maior parte das vezes, a presença de um nódulo na tireoide não é câncer, mas é importante que ele seja investigado por um médico.

Diagnóstico

O diagnóstico do câncer da tireoide começa com a história clínica e o exame físico. Muitas vezes, em tumores pequenos, os pacientes são assintomáticos. O diagnóstico normalmente é feito após realização de ultrassonografia do pescoço na qual é encontrado um nódulo. De acordo com as características do nódulo, é feita punção aspirativa, por meio da qual pode ser confirmado o diagnóstico de câncer. Caso seja esse o resultado, o paciente é encaminhado ao cirurgião para tratamento.

Tratamento

O tratamento do câncer da tireoide é cirúrgico. A tireoidectomia (retirada da tireoide) total ou parcial (em casos indicados) é o tratamento de escolha.

O tratamento dos carcinomas bem diferenciados (papilífero e folicular) depende dos riscos associados (extensão da cirurgia e necessidade da complementação terapêutica com iodo radioativo).

Alguns outros tipos histológicos, como é o caso dos carcinomas medulares, têm indicação de tireoidectomia total já associada à retirada dos linfonodos vizinhos à glândula.

Em casos de tumores que se espalharam  para gânglios linfáticos cervicais (do pescoço), o tratamento do tumor primário deve ser associado à retirada dos gânglios linfáticos afetados. A complementação terapêutica com o iodo radioativo deve ser sempre utilizada em pacientes com carcinomas bem diferenciados, considerados de alto risco e submetidos à tireoidectomia total.

Atenção:  A informação existente neste portal pretende apoiar e não substituir a consulta médica. Procure sempre uma avaliação pessoal com o Serviço de Saúde.

Fonte:  INCA

quarta-feira, 10 de novembro de 2021

Sinais e sintomas do Câncer Colorretal

 

O câncer colorretal pode não apresentar qualquer manifestação clínica, mas, se ocorrer, pode causar um ou mais dos seguintes sintomas:

  • Diarreia ou constipação.
  • Sensação de que o intestino não é completamente esvaziado.
  • Presença de sangue nas fezes.
  • Dor abdominal tipo cólica, sensação de inchaço abdominal.
  • Cansaço e fadiga.
  • Perda de peso sem um motivo específico.

Os cânceres colorretais podem muitas vezes causar sangramento no trato digestivo. Às vezes, o sangue pode ser visto nas fezes ou estas parecem estar mais escuras, no entanto, muitas vezes, as fezes parecem normais. Mas, com o tempo, a perda de sangue pode ser cumulativa provocando anemia. Às vezes, o primeiro sinal do câncer colorretal é a diminuição dos glóbulos vermelhos no exame de sangue.

Algumas pessoas podem apresentar sinais de que o câncer se espalhou para o fígado com aumento do fígado perceptível no exame físico, icterícia ou dificuldade para respirar devido a disseminação da doença para os pulmões.

Estes sintomas também estão relacionados a outras doenças, como infecção, hemorroidas ou síndrome do intestino irritável, não sendo necessariamente sinais e sintomas exclusivos do câncer colorretal. Entretanto, existindo qualquer um desses sintomas, um médico deverá ser consultado para o diagnóstico preciso e o início do tratamento caso necessário.

Recomendações para o rastreamento do Câncer Colorretal

Pessoas com risco médio

Recomenda-se que as pessoas com risco médio para câncer colorretal iniciem o rastreamento regular aos 45 anos.

As pessoas em bom estado geral de saúde e expectativa de vida de mais de 10 anos devem manter o rastreamento do câncer colorretal regularmente até os 75 anos de idade.

Para pessoas com idades entre 76 e 85 anos, a decisão de fazer o rastreamento deve estar baseada em suas preferências pessoais, expectativa de vida, estado geral de saúde e histórico de rastreamento anterior. Pessoas com mais de 85 anos não precisam mais fazer o rastreamento de câncer colorretal.

Para o rastreamento, considera-se que uma pessoa tem risco médio se não apresentar:

  • Histórico pessoal de câncer colorretal ou certos tipos de pólipos.
  • Histórico familiar de câncer colorretal.
  • Histórico pessoal de doença inflamatória intestinal (colite ulcerativa ou doença de Crohn).
  • Síndrome de câncer colorretal hereditário confirmada ou suspeita, como polipose adenomatosa familiar ou síndrome de Lynch.
  • Histórico pessoal de radioterapia prévia do abdome ou região pélvica.

Opções de exames para rastreamento de câncer colorretal

     Exames que diagnosticam principalmente o câncer (Exames nas fezes):

  • Exame imunoquímico fecal (FIT), anualmente.
  • Exame de sangue oculto nas fezes pelo teste do guaiacol, anualmente.
  • Exame de DNA nas fezes, a cada 3 anos.

     Exames que diagnosticam pólipos e câncer:

  • Colonoscopia, a cada 10 anos.
  • Colonografia CT (colonoscopia virtual), a cada 5 anos.
  • Sigmoidoscopia flexível, a cada 5 anos.

Pessoas com risco aumentado ou alto

As pessoas com risco aumentado ou alto de câncer colorretal podem precisar iniciar o rastreamento antes dos 45 anos, fazer exames com mais frequência e/ou realizar exames específicos. Isso inclui pessoas com:

  • Histórico familiar importante de câncer colorretal ou certos tipos de pólipos.
  • Histórico pessoal de câncer colorretal ou certos tipos de pólipos.
  • Histórico pessoal de doença inflamatória intestinal (Colite ulcerativa ou doença de Crohn).
  • Histórico familiar de síndromes de câncer colorretal hereditárias, como polipose adenomatosa familiar ou síndrome de Lynch.
  • História pessoal de radioterapia prévia do abdome ou região pélvica.

Pessoas com risco aumentado

     Pessoas com um ou mais familiares que tiveram câncer de cólon ou reto

As recomendações de rastreamento para essas pessoas dependem do familiar que teve a doença e da idade no momento do diagnóstico. Algumas pessoas com histórico familiar poderão seguir as recomendações para adultos com risco médio, mas outras podem precisar realizar colonoscopia com maior frequência e, possivelmente, antes dos 45 anos.

     Pessoas que tiveram pólipos removidos durante uma colonoscopia

A maioria dessas pessoas precisará repetir a colonoscopia após 3 anos, mas outras podem precisar repetir antes (ou depois) dos 3 anos, dependendo do tipo, tamanho e número de pólipos.

     Pessoas que tiveram câncer de reto ou cólon

A maioria dessas pessoas começará a realizar colonoscopias regularmente um ano após a cirurgia de retirada do tumor. Outros exames, como ultrassom ou proctoscopia com ultrassom, também podem ser indicados para algumas pessoas com câncer de reto, dependendo do tipo de cirurgia que foi realizada.

     Pessoas que fizeram radioterapia prévia na região do abdome ou pélvica

A maioria dessas pessoas iniciará as colonoscopias ou exames de fezes mais cedo, podendo ser necessário iniciar o rastreamento precocemente, dependendo da idade que tinham ao fazer a radioterapia. O rastreamento geralmente se inicia 5 anos após a radioterapia ou aos 30 anos de idade, o que ocorrer por último. Essas pessoas também farão acompanhamento com mais frequência do que o normal, a cada 3 a 5 anos.

Pessoas com risco alto

     Pessoas com doença inflamatória intestinal (Doença de Crohn ou colite ulcerativa)

Essas pessoas geralmente precisam realizar colonoscopias, iniciando pelo menos 8 anos após o diagnóstico da doença inflamatória intestinal. As colonoscopias de acompanhamento devem ser feitas a cada 1 a 3 anos, dependendo dos fatores de risco para câncer colorretal e dos resultados da colonoscopia anterior.

     Pessoas com determinadas síndromes genéticas

Essas pessoas geralmente precisam fazer colonoscopia. Recomenda-se que o rastreamento se inicie cedo, possivelmente na adolescência, para algumas síndromes, e seja realizado com mais frequência.


Fonte: ONCOGUIA


domingo, 31 de outubro de 2021

Nobel de Medicina: “Os tratamentos contra o câncer eram como tentar consertar uma televisão com um martelo”

 

Oncologista William Kaelin, vencedor do prêmio em 2019, acredita que descobertas nos próximos 10 anos mudarão completamente a luta contra a doença.

O médico William Kaelin não queria vencer o Nobel de Medicina. Sua esposa, a renomada oncologista Carolyn Scerbo, vaticinou que ele acabaria sendo premiado. Juntos se divertiam pensando em como o prêmio sueco, que transforma os vencedores em semideuses no imaginário coletivo, mudaria suas vidas. Em 2015, ela morreu por um câncer cerebral letal aos 54 anos. Kaelin, sem sua “melhor amiga, alma gêmea e companheira de vida”, desejou um ano após o outro não receber a ligação de Estocolmo. Já não queria ganhá-lo, mas estava em todas as apostas. O médico, um nova-iorquino de 63 anos, ajudou a descobrir o mecanismo pelo qual as células detectam o oxigênio disponível e se adaptam a ele, uma descoberta que abriu as portas a novos tratamentos contra seu grande inimigo, o câncer, e também contra a anemia. Em 7 de outubro de 2019, seu telefone tocou em plena noite. Acabava de vencer o Nobel de Medicina.

Kaelin, da Escola de Medicina de Harvard, responde às perguntas do EL PAÍS de sua casa em Boston, antes de participar por videoconferência de uma reunião com jovens cientistas no Instituto de Saúde Global de Barcelona, dentro da Iniciativa Inspiração Prêmio Nobel, apoiada pela Fundação AstraZeneca. “Espero que descubramos algo nos próximos 10 anos que mude completamente a luta contra o câncer”, afirma Kaelin. Ele está na primeira linha para consegui-lo.

Pergunta. Um de seus professores na universidade disse que o senhor não teria futuro na ciência.

Resposta. Sim, já faleceu. Estive no laboratório errado, com o professor errado e com o projeto errado. Mas eu era um garoto de quase 20 anos e acreditei na crítica. Somente após, mais tarde, falar com outros cientistas percebi que talvez o problema não fosse eu.

P. Quando era jovem, o senhor pensava que a biologia era “terrivelmente chata “.

R. Sim, não sou o único. Li as biografias de muitos biólogos de minha geração e muitos deles, como eu, pensavam que a biologia era muito chata, porque era muito descritiva, como colecionar selos. Nas décadas de 1960 e 1970 era preciso memorizar inúmeros nomes de plantas e animais, mas nos faltavam ferramentas para realizar experimentos explicativos. Quando se está no colégio, o mais importante que se pode aprender é a pensar com clareza, de maneira lógica e rigorosa. Se você aprende estudando biologia, maravilha, mas também pode consegui-lo em outras disciplinas. Você pode se reinventar várias vezes pelo caminho, mas precisa aprender a pensar.

P. O senhor nasceu em 1957, o ano do lançamento do satélite soviético Sputnik, e chegou a ir aos desfiles de boas-vindas aos astronautas norte-americanos que chegaram à Lua em 1969. Acha que as crianças de hoje têm heróis científicos suficientes?

R. Quando Barack Obama era presidente, disse que precisávamos de outro momento Sputnik. E soube perfeitamente o que ele queria dizer: esse momento em que a imaginação das pessoas se expande e novas oportunidades aparecem. Eu me beneficiei do interesse na ciência e na engenharia nos anos sessenta, impulsionado pela corrida espacial e pela Guerra Fria. Acho que, pelo menos nos EUA, e temo que em outras partes do mundo, os políticos às vezes perturbam o funcionamento da ciência e questionam as motivações dos cientistas se não gostarem das conclusões. Aí está, por exemplo, a mudança climática. Há pessoas que, por interesses políticos e econômicos, colocam em dúvida as motivações dos cientistas. Isso me preocupa, porque confunde os jovens.

P. Quando sua esposa morreu por um câncer cerebral, o senhor pediu aos que iriam ao funeral que não levassem flores, e sim que fizessem doações à pesquisa do câncer. É preciso mais dinheiro?

R. Ter mais dinheiro e recursos só ajuda. Quanto mais se investir em ciência, mais conhecimento se gera e o tratamento das doenças progride. Mas não é só uma questão de dinheiro, todo o ecossistema é importante: é preciso apoiar a ciência e ter um sistema educacional poderoso. Cumprindo essas condições, quanto mais recursos, melhor. Às vezes não financiamos a ciência o suficiente.

P. Agora que compreendemos melhor os sensores de oxigênio nas células, o que ocorrerá? Quais fármacos podemos ter a curto prazo?

R. Já temos novos remédios que, ao tomá-los, enganam o corpo para que pense que não está recebendo oxigênio suficiente e responda, por exemplo, formando mais glóbulos vermelhos. Um desses remédios, o roxadustat, em que eu estive envolvido, foi recentemente autorizado na Europa como tratamento contra a anemia. Agora sabemos que o câncer frequentemente sequestra o sistema, controlando os sensores de oxigênio, para enganar o corpo e abastecer o tumor de sangue. Há novos fármacos, como os chamados inibidores de HIF-2, que são muito promissores em certos tipos de câncer. O primeiro desses remédios foi aprovado em agosto para o tratamento da doença de Von Hippel-Lindau, uma doença rara que causa câncer, mas ficarei muito surpreso se não forem aprovados também para outros tumores, incluindo o de rim.

P. Em seu discurso do Nobel o senhor afirmou que, na verdade, suas descobertas começam com um estudo do médico britânico Edward Treacher Collins de 1894 [sobre o estranho crescimento de vasos sanguíneos nos olhos de dois irmãos]. A ciência às vezes é muito lenta. Como se pode ir mais rápido?

R. Houve um ponto de inflexão no ano 2000, com a publicação do primeiro rascunho do genoma humano. Algum dia olharemos para trás e diremos que aquilo foi o Big Bang, porque está acelerando radicalmente o progresso nas ciências biomédicas. Estamos em uma época dourada. Não é por acaso que tenha levado tanto tempo para decifrar o que Treacher Collins havia descrito. É que, simplesmente, não tínhamos as ferramentas. Agora tudo anda muito mais rápido.

P. Como era o tratamento de câncer nos anos oitenta?

R. Era baseado principalmente em remédios descobertos por sua capacidade de matar e inibir as células cancerosas em placas de laboratório. Mas não havia um conhecimento real dos segredos moleculares desses tumores. Não sabíamos quais genes eram alterados. Era como tentar consertar uma televisão com um martelo. Agora podemos desenvolver fármacos realmente dirigidos a esses mecanismos moleculares, em vez de depender de medicamentos que matam indiscriminadamente células cancerosas e células normais.

P. Talvez em um futuro próximo, em 10 ou 20 anos, analisaremos a etapa atual e pensaremos que também estávamos consertando a televisão com um martelo.

R. Acho que as coisas mudaram no ano 2000. Correndo o risco de usar outra analogia, acho que estamos tentando consertar um carro e no ano 2000 pelo menos fomos capazes pela primeira vez de abrir o capô e ver o motor. Esse foi o ponto de inflexão.

P. Como o senhor imagina a luta contra o câncer em 10 ou 20 anos?

R. Há uma grande diferença entre a ciência e a engenharia. Quando [o presidente norte-americano John Fitzgerald] Kennedy disse que iríamos colocar um homem na Lua em uma década, foi porque mandar um homem à Lua era principalmente um problema de engenharia. Os princípios científicos necessários já eram conhecidos em 1960, de modo que se podia calcular de maneira fundamentada que em 10 anos seria possível. Em ciência há uma imprevisibilidade muito maior. De repente, aprendemos algo que muda completamente o modo de pensar e aparecem oportunidades que sequer podíamos imaginar. Eu sempre sou um pouco cauteloso em prever como será o tratamento do câncer em uma década, porque me decepcionaria se todas minhas previsões estiverem corretas. Espero que descubramos algo nos próximos 10 anos que mude completamente a luta contra o câncer. Dito isso, precisamos avançar a essa medicina de precisão, em vez das velhas quimioterapias que eram muito rudimentares. Muitos remédios de precisão são utilizados atualmente como único tratamento, mas precisamos combiná-los, porque sabemos que esse é o caminho para curar o câncer e para evitar que apareçam resistências. Um fármaco pode matar as células cancerosas, enquanto outro ativa o sistema imunológico para que seja mais eficiente contra o câncer. Também posso imaginar novas maneiras de corrigir genes defeituosos envolvidos no câncer. Em 10 ou 20 anos podemos ver novos enfoques que agora sequer imaginamos.

Fonte: El País