terça-feira, 18 de novembro de 2014

Exercícios Funcionais Pós Mastectomia






Imagine passar por um ano de tratamento de câncer de mama, incluindo cirurgia, remoção de gânglios linfáticos, quimioterapia e radioterapia. O seu corpo sente-se como se estivesse estado em guerra, sob-bombardeamentos constantes. Terminada esta fase, está na hora de recomeçar a sua vida e iniciar uma dieta restrita e um programa de exercícios. Aí então, você descobre que está com linfedema.
O que é um Linfedema?

O linfedema é a retenção localizada de fluidos, provocada por um bloqueamento do sistema linfático. No caso de pacientes com câncer de mama, o linfedema causa inchaço nos tecidos moles do braço, mão, tronco e peito no lado da cirurgia. Mulheres que sofreram dissecação axilar ou radiação estão particularmente em risco.

Os sintomas incluem sensação de peso, dormência, fadiga e, algumas vezes, dor. As mulheres afetadas têm movimentos limitados dos braços e diminuição da força muscular, causando restrições nas suas atividades. O braço mais duro à medida que o linfedema piora.

O linfedema pode desenvolver-se meses ou anos após o tratamento de câncer, podendo ser provocado por uma infecção, movimentos repetitivos, viagens de avião, picadas de insetos, massagens vigorosas ou obesidade. Obviamente que prevenir um linfedema ou detectá-lo precocemente é melhor do que tratá-lo em estado avançado.

O Papel do Exercício Físico

Como é que o exercício pode fazer a diferença? Ao contrário do sistema circulatório, o sistema linfático não possui um bombeamento central; ele é estimulado pelas mudanças de pressão das contrações musculares ou da respiração profunda. A respiração profunda melhora o bombeamento no ducto torácico; as contrações musculares realizadas em uma sequência específica (geralmente a partir das extremidades em direção ao tronco) pode aumentar o retorno linfático. Além disso, podem ser feitos exercícios para alongar os músculos peitorais maiores e trapézio, e fortalecer os músculos do ombro. Exercícios que enfatizam a respiração profunda e flexibilidade tais como a Yoga e o Pilates, podem ser particularmente benéficos.

Aquecimento

Aquecimento adequado prepara o corpo para o exercício e abre os canais linfáticos. O aquecimento pode incluir:
Respiração profunda.
Rotações do pescoço.
Protração e retração dos ombros (levar os ombros para frente e para trás).
Rotação desenhando círculos com os ombros
Exercício Cardiovascular

É recomendado 20 a 30 minutos de exercício aeróbico, como caminhada ou natação, de 3 a 5 vezes por semana.

Treino de Força

O treino de força na área afetada tem sido um assunto controverso. Tente fazer os exercícios com calma e siga as instruções abaixo:

Sempre inicie com aquecimento antes de começar o treino de força no braço afetado.
Observe a resposta ao exercício. Fique atenta a qualquer inchaço na área, o qual poderá indicar que a carga ou o número de repetições está muito alto, ajustando então o programa de acordo com essa resposta.
Use uma luva de compressão (geralmente prescrita pelo fisioterapeuta).
Concentre-se nos músculos dos ombros e das costas, incluindo o deltóide, serrátil anterior, trapézio, rombóides e os músculos estabilizadores do ombro, chamados de manguito rotador, para otimizar o fortalecimento do ombro e promover vias alternativas de drenagem linfática.
Trabalhe a região abdominal para facilitar o retorno do fluxo linfático ao ducto torácico.
Para dar um descanso ao braço afetado, alterne os braços; alterne também exercícios para o tronco superior e inferior ou treine em circuito, incluindo tanto o treino cardiovascular como o treino de força.
Planeje um programa para 2 a 3 vezes na semana. Comece devagar e vá progredindo gradualmente (ex. 1 série com carga de 1 kg no primeiro dia; 2 ou 3 séries com 1kg nos segundo e terceiro dias). Ao aumentar a carga, reduza o número de séries.
Proceda da maneira usual para treinar o braço não afetado, tronco, abdominais e pernas, a não ser que a reconstrução da mama tenha sido feita utilizando o músculo reto do abdomem. Neste caso, consulte o seu médico antes de começar qualquer exercício abdominal.
Inclua exercícios de Pilates, os quais enfatizam a postura e respiração enquanto trabalham a região abdominal.
Flexibilidade

Exercícios de alongamento para os ombros, região axilar, região do músculo peitoral e grande dorsal podem ajudar a alongar o tecido cicatricial e diminuir o endurecimento axilar e a compressão do desfiladeiro torácico, aumentando o fluxo linfático. Como o tecido cicatricial continua a se formar durante 1 a 2 anos, os alongamentos devem ser feitos várias vezes ao dia, pelo menos durante um ano após a cirurgia e, preferencialmente, deve tornar-se um hábito de vida.

Minimize os Problemas enquanto Maximiza os Ganhos

O seu programa de exercícios deve ser baseado no seu historial médico, preferências e nível de atividade. A progressão no exercício deve ser feita devagar e com segurança, e sempre com o objetivo de recuperar a forma física, função e resistência.

Tipos de Exercício de Flexibilidade

Os alongamentos devem ser feitos devagar. Deve-se expirar durante a fase de esforço e manter a posição por 10 segundos, no início, aumentando gradualmente para 30 segundos após algumas repetições. Estes exercícios devem ser feitos de 5 a 10 vezes seguidas, várias vezes durante o dia.

Elevação do Ombro

Equipamento: bola ou bastão pequeno e leve.

Deite-se de costas com os joelhos dobrados, pés e costas apoiadas firmemente no chão.
Segure a bola com ambas as mãos e inspire. Expire e lentamente erga a bola acima da cabeça, mantendo os cotovelos estendidos.
Mantenha a posição até sentir desconforto, mas não dor. Respire profundamente enquanto segura a bola na altura máxima. Vá gradualmente alongando o braço afetado.

Alongamento com Bola

Equipamento: bola terapêutica.

Ajoelhe-se, com os quadris sobre os calcanhares, pernas apoiadas contra o chão e com o peso do corpo nos pés.
Coloque as mãos em cima da bola, mantendo os cotovelos estendidos e abdominais contraídos.
Lentamente role a bola para frente, com ambas as mãos para o mais longe possível, e mantenha a posição, sentindo o alongamento.
Role a bola o mais longe possível para a direita e mantenha a posição.

Role a bola o mais longe possível para a esquerda e mantenha a posição.

Fonte:  ONCOGUIA



Estudo sugere que exame de urina pode detectar HPV



Atualmente, vírus é diagnosticado pelo papanicolau, um exame mais invasivo que é recomendado para prevenir o câncer de colo do útero

HPV: Exame de urina pode ser alternativa ao papanicolau para diagnosticar vírus (SPL/SPL RF/Latinstock/VEJA)
Um simples exame de urina pode ser uma alternativa não invasiva e mais barata para diagnosticar a presença do vírus do papiloma humano (HPV), que em alguns casos pode levar o câncer de colo do útero, segundo as conclusões de uma nova pesquisa.
CONHEÇA A PESQUISA



Onde foi divulgada: The British Medical Journal
Quem fez: Neha Pathak, Julie Dodds, Javier Zamora e Khalid Khan

Instituição: The London School of Medicine and dentistry, Queen Mary University of London

Resultado: O exame de urina pode ser alternativa mais barata e menos invasiva para detectar HPV em mulheres.

Atualmente, os médicos recomendam o papanicolau para prevenir e diagnosticar esse tipo de câncer. Parte do exame consiste em coletar células do colo do útero e procurar pelo DNA dos diferentes tipos do vírus HPV, incluindo aqueles associados a um maior risco da doença.
Conclusões — O novo estudo, realizado na Queen Mary University of London, na Grã-Bretanha, analisou outras 14 pesquisas feitas com cerca de 1 500 mulheres que sugeriram a possibilidade de um exame de urina ser usado para detectar o HPV. Os autores concluíram que o teste, que ainda não está disponível para uso clínico, é eficaz em diagnosticar o vírus em 87% dos casos e em acertar o diagnóstico negativo 97% das vezes.
Apesar disso, estudo indicou que o papanicolau continua sendo mais eficaz do que o teste de urina. Por exemplo, a capacidade de o exame de urina detectar os tipos 16 e 18 do HPV, que são os mais associados ao câncer de colo do útero, é 27% menor do que a do papanicolau.
Leia também:


"A detecção dos HPV na urina é um método não invasivo, de fácil acesso e mais aceitável para as mulheres", escreveram os autores no artigo. Segundo eles, essa abordagem pode favorecer pacientes que, por algum motivo, são reticentes em realizar o papanicolau. Além disso, por ser mais barato, o teste é uma alternativa mais viável para diagnosticar o vírus em países mais pobres e com carências em suas infraestruturas de saúde.

Fonte:  A pesquisa foi publicada nesta terça-feira no site do periódico The British Medical Journal.