As autoridades de saúde francesas
alertam para um novo tipo de câncer possivelmente desenvolvido por mulheres que
implantaram próteses mamárias. Segundo oncologistas, o linfoma AGC-AIM,
(linfoma
anaplásico de grandes células) foi diagnosticado apena em pessoas com
silicone nas mamas.
Somente na França, 18 casos já
foram diagnosticados nos últimos três anos, 14 deles em pacientes que
implantaram silicone da fabricante norte-americana Allergan. Esse tipo de tumor
já foi identificado em 173 pacientes no mundo.
O aparecimento deste novo câncer
preocupa as autoridades de saúde francesas. De acordo com o jornal Le Parisien,
peritos do Instituto de Câncer vão comunicar o surgimento desse linfoma à
Organização Mundial de Saúde (OMS).
O Ministério da Saúde da França
enviou uma mensagem de alerta máxima aos médicos de todo o país, solicitando a
comunicação de casos suspeitos em pacientes com silicone nos seios.
A Agência Nacional de Segurança
Medicamentosa fará uma reunião, prevista para o fim deste mês, onde poderá ser
definida a proibição do comércio de certos modelos de próteses mamárias, na
França.
Enquanto isso, o ministro da
Saúde francês, Marisol Touraine disse que não é recomendado que as mulheres
retirem suas próteses. Novos testes estão sendo feitos para comprovar a ligação
entre o linfoma e os implantes feitos com silicone da farmacêutica
norte-americana.
Escândalo da prótese mamária PIP
Em dezembro de 2011, o governo
francês recomendou que todas as mulheres que tinham implantes mamários da marca
Poly Implant Prothèse (PIP) se submetessem à uma cirurgia para retirá-las de
modo preventido. A agência francesa identificou cinco tipos de óleos utilizados
nas próteses que não são recomendados para uso médico.
O uso do silicone industrial é de
má qualidade e inferior ao silicone-padrão, o que aumenta a possibilidade de
ruptura. As primeiras reclamações surgiram em 2010 e levaram a falência da
empresa. Em depoimento, o fundador da empresa admitiu ter usado silicone
adulterado e não-testado nas próteses por acreditar ser "mais barato e
melhor”.
Repercussão no Brasil
Em 29 de dezembro de 2011, a Agência Nacional de
Vigilância Sanitária (Anvisa) cancelou o registro da PIP no Brasil. O
Ministério da Saúde determinou, em 2012, que o SUS pagaria a cirurgia para
troca do silicone adulterado das brasileiras que haviam se submetido ao
implante.
O próprio SUS utilizou a marca de
prótese mamária nos casos de mastectomia (retirada da mama em pacientes com
câncer), isso se tornou um caso de saúde pública e foi decidido que o governo
pagaria a troca das próteses.
Tipos de próteses
As próteses mamárias podem ser do
tipo cônico, redondo ou natural (em gota). Existem marcas que ainda subdividem
o modelo natural em mais dois ou três submodelos a depender do formato da base.
Escolher entre um modelo cônico,
redondo ou em gota irá influenciar diretamente no formato final das mamas. A
escolha é feita pelo cirurgião plástico após análise do paciente e suas
expectativas. É importante que o médico seja credenciado à Sociedade Brasileira
de Cirurgia Plástica.
Fonte: Terra/ONCOGUIA
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